terça-feira, 27 de maio de 2008

O Arco e as Flechas


É provável que o arco e a flecha tenham surgido ainda antes do neolítico. Com essas armas o homem conseguiu defender-se dos animais ou caçá-los. As esculturas assírias representam o homem utilizando o arco, na caça e na guerra, o que é amplamente mencionado por Homero.
É histórica a superioridade dos arqueiros ingleses de Eduardo III, considerados os mais hábeis da Europa Ocidental.
Foi também a arma mais usada pelos índios americanos antes da introdução das armas de fogo.
Alguns povos da África Meridional, das Ilhas do Pacífico e da América Central, continuam a fazer grande uso do arco.
Na sua feitura são usados os mais diversos materiais, madeira de teixo, de nogueira, de abeto, de bambu, etc.
As pontas das flechas eram outrora feitas de osso, chifre, espinhas de peixe, etc., posteriormente de ferro ou aço. A haste era feita de madeira dura e para as cordas usa-se fibra de cânhamo ou de linho.
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O arco que a fotografia nos mostra, bem como todas as flechas, são de pontas diferentes, de corte ou de perfuração, mediante o tipo de caça a que se destinavam e foram-me oferecidos em Lumbala Velha – Angola, pelo soba Ximixe (pessoa com quem sempre me relacionei muito bem). Tanto o arco como as flechas foram feitas por este homem, o qual praticava o exercício da caça, pelo menos três a quatro vezes por mês. O local para onde ia caçar, era muito longe dali, o que implicava ter de ficar uma ou duas noites fora de casa, não obstante possuir uma Kinga (bicicleta) que sempre levava. Só caçava aquilo que precisava para a sua subsistência e das suas duas mulheres (Helena e Teresa?). A sua vida dependia das técnicas de caça e recolecção que os seus antepassados desenvolveram e lhes transmitiram de geração em geração. Ficou triste por me ver partir, e fez questão de me oferecer o seu segundo arco e algumas das suas flechas. A partir de uma determinada altura da minha permanência em Lumbala, franqueou-me a sua canoa que possuía nas margens do rio Zambeze. Sugeriu-me que fizesse um remo e a utilizasse sempre que ela estivesse disponível. Cheguei a atravessar o rio sozinho nessa canoa, conforme referi neste Blog (Títulos: “Travessia do rio Zambeze” e “Numa Canoa”).
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As bengalas, são também trabalhos tradicionais que resistem à mudança. Na parte superior têm normalmente uma figura decorativa. Eram adquiridas nos mercados locais. Estes artefactos são apreciados em todo o mundo.

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