quarta-feira, 9 de abril de 2008

No ano de 1960

Da conferência "África e o Futuro", proferida no dia 11 de Junho de 1960 no Instituto de Altos Estudos Militares - RAZÕES DA PRESENÇA DE PORTUGAL NO ULTRAMAR, foi a seguinte:
"Só há uma resposta":
A resposta portuguesa ao desafio da actual conjuntura internacional não pode, no que toca à África, deixar de consistir na reivindicação do direito a que continuem fazendo parte de Portugal as províncias ultramarinas, que desde há séculos nele estão integradas e onde vivem portugueses de várias cores, mas com uma só bandeira.
Não devemos, porém, iludir-nos acerca das dificuldades desta posição. Ela exige, a um tempo, firmeza nas linhas essenciais da política e agilidade nos campos económico e administrativo, não só para fazer reformas como para adoptar posições tácticas convenientes e oportunas. Mas a política que tem de ser firme não é apenas a ultramarina: é a metropolitana, também. As batalhas perdem-se, muitas vezes, mais por falta de coesão das retaguardas que por desfalecimento das frentes".
Visita do Ministro da Defesa da RFA, F. Josephh Strauss, a convite do MDN General Botelho Moniz, que afirma a decisão germânica de auxiliar a política portuguesa em África.

Dag Hammarskjold, Secretário-Geral da ONU visita Portugal.

All African Peoples Conference, em Tunis.

Alteração profunda nos objectivos estratégicos nacionais coma Directiva do CEMGFA que aponta para a preparação para uma futura guerra no Ultramar face às seguintes ameaças: Guerra defensiva com os países vizinhos; guerra subversiva conduzida no interior dos territórios; e sublevação.

Arnold Toynbee vem fazer uma conferência em Lisboa e é recebido por Salazar.

Álvaro Cunhal evade-se do presídio de Peniche.

Estado de espírito preocupante nas Forças Armadas, devido ao facto de: estarem lançadas as bases para a formação das unidades para a fase pré-insurreccional e de rebelião armada no ultramar; de se concretizarem alterações fundamentais nos dispositivos da FA no ultramar, incluindo a Força Aérea, em especial em Angola e Moçambique; e se verificarem profundas alterações na instrução dos quadros, sem haver da parte do sector político o apoio, a compreensão e até o sentido da necessidade desse esforço.

Discurso de Mac Millan perante o parlamento Sul-Africano, na cidade do Cabo refere “consciência nacional africana” e o “vento de mudança”.

Nomeado Governador de Angola o Dr. Silva Tavares e Secretário de Estado da Administração Ultramarina o Prof. Adriano Moreira.

Início da resistência pacífica na RAS.

O PAC e o ANC da África do Sul são declarados ilegais.

Promulgada legislação sobre o CIOE, em Lamego.

Sukarno chega a Lisboa e, em conversa com o Presidente do Conselho, assegura que não reivindica o Timor Português.

Conferência dos Estados Africanos Independentes, em Addis-Abeba em que tomaram parte já 13 Estados.

Independência do Congo Belga.

Tchombé proclama a independência do Katanga.

É criado o Movimento de Libertação do Enclave de Cabinda – MLEC.

Reorganização do SGDN em resultado da Lei da Organização da Nação para a Guerra.

Por iniciativa exclusiva da Universidade de Lisboa, realiza-se o primeiro curso universitário de férias em Luanda e Lourenço Marques. Rumores de entendimentos B. Moniz/Craveiro Lopes para alteração de política interna em relação ao Ultramar.

Ocupação total do Sudoeste Africano pela RAS que interdita a SWAPO.

O Sudoeste Africano passa a ser designado por Namíbia pela ONU.

Definição do Território não autónomo e destes, os que estavam em poder de Portugal.
Reunião da União Africana e Malgache (UAM) em Abidjan.

É dada nova organização territorial às Forças Terrestres:
· Cinco regiões militares: Norte Centro e Sul – Angola e Moçambique e sete Comandos Territoriais Independentes: Açores, Madeira, Cabo Verde, Guiné, Estado da Índia, Macau e Timor.
· O Conselho Superior de Defesa Nacional deliberou:
. Evitar novos compromissos com a OTAN, que envolvam mais encargos financeiros;
. Manter ligações militares coma Espanha com vista à defesa Pirenaica, mas considerando-as mais como apoio e reforço da política, do que atinentes ao conceito de uma efectiva e eficaz defesa;
. Rever o plano de Defesa Interna do conjunto do Território Nacional.

A Guiné-Conacry alia-se ao PAIGC.

Discurso do Presidente do Conselho pronunciado na Assembleia Nacional em que refere: “o Governo tem espírito aberto a todas as modificações de estrutura administrativa, menos às que possam atingir a unidade da Nação e o interesse geral” que no seu contexto geral foi considerado pelos nossos aliados a “primeira vez” que o Presidente do Conselho havia referido a necessidade de evolução do Ultramar, associando essa ideia a uma progressiva autonomia.

Passividade governamental em relação ao crescer das ameaças em África.

Um pedido de reforço de 100.000 contos foi conseguido através de um empenhamento pessoal do MDN junto do Presidente do Conselho.

O Subsecretário de Estado do Exército desloca-se a Goa para ajustar com o Governador-Geral, os problemas da defesa do território. Daqui resultou uma redução substancial de efectivos.

São criadas as companhias de caçadores especiais.

Iniciou-se em Angola a subversão activa, na Baixa do Cassange e em Catete, e que deu origem a algumas prisões.

É proibida a visita a Angola de jornalistas metropolitanos e estrangeiros.

Reunião da UAM-Chefes de Estado, em Brazaville.

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