sexta-feira, 4 de abril de 2008

A recruta

Os primeiros dias de recruta foram de uma instrução exaustiva de ordem unida e de educação física (ginástica sueca). A seguir o programa alternava esse tipo de instrução inicial com disciplinas de instrução teórica e prática de armamento e tiro. A partir de determinada altura, a instrução passou a incidir mais sobre a matéria da própria especialidade de radiotelegrafista.
Conhecer todos os símbolos das 26 letras do alfabeto, de todos os sinais de pontuação e de todos os algarismos constituídos por pontos e traços, é difícil e muito fatigante. Além disso, posteriormente tinha que adaptar o ouvido àquela sinfonia e aprender também a manipular devidamente a chave de morse e treinar a transmissão e a recepção no vibrador equipado com a respectiva chave. Paralelamente recebia ainda aulas dos códigos de exploração das comunicações dos “QQ” e dos “ZZ”,; Alfabeto Fonético; noções elementares de electricidade e de outras técnicas de telecomunicações, o que era seriamente difícil.
No Batalhão os instrutores da especialidade de radiotelegrafista, sargentos ou cabos, eram óptimos operadores. Os métodos de instrução também eram bons e disso também os instruendos depressa se iam apercebendo. Se não vejamos: se olharmos para a simbologia dos caracteres do quadro a seguir, pensamos logo: – eu? Nunca mais iria aprender isto! Mas se o método de ensino for bom e o instrutor também, ajudará o instruendo a superar a prova.
A parte técnica da instrução começava por formar grupos de letras fáceis de assimilar, tais como: À Letra E correspondia o ponto ( . ) À Letra I dois pontos ( . . ) À letra T um traço ( – ), etc.
Quando são respeitados os princípios, as técnicas e o objectivo da instrução, a motivação gera interesse, o programa é cumprido e a cooperação instrutor-aluno, encarregar-se-á do resto.

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